segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Acho que sou romântica. E agora?

"Rytmel dizia:
- E custa-lhe morrer?
- Muito e nada - respondia a condessa. - Muito porque morre comigo o primeiro interesse que tenho na vida, que é a sua amizade; nada, porque, francamente, sou eu feliz?
- Se a minha amizade é para si um interesse profundo...
A condessa calou-se.
- Oh! Compreendo-a bem - disse Rytmel. - Sabe porque não é feliz, apesar da minha amizade? É porque não é a minha amizade o que o seu coração precisa. Oh! Deixe-me falar! É o amor profundo, inalteravel, omnipotente, que esteja em todos os momentos da sua vida e em todas as ideias do seu espírito; que viva do prazer e viva do sacrifício; que seja a última razão da vida, a consolação, a esperança, o ideal absoluto; que pelo que há de mais ardente prenda os seus olhos, e pelo que há de mais elevado prenda a sua alma..."

Eça de Queirós e Ramalho Ortigão in O Mistério da Estrada de Sintra

2 comentários:

Poeta Moçambicano disse...

Agora? Deixa-te ir ao sabor do vento...

Mãe (da respetiva) disse...

Complicado!...